Esperando uma compra ser aprovada numa galeria em Botafogo, a dona da loja comentou: “essa maquininha sempre dá esse problema”. Usando o clássico recurso de manter a educação sem interagir muito, eu respondi: "Nossa, complicado, né?!".
A Josi, minha mentora e parceira na empreitada do product for fun, fez perguntas sobre o problema até o pagamento ser aprovado. Saindo da loja, a Josi me diz “o problema X tá acontecendo, gera um impacto Y, testaria a hipótese Z para resolver. O PM da maquininha deveria priorizar”, rindo. Enquanto eu olhava um pouco impressionada, ela me disse “no fim, tudo é produto. Sempre dá pra praticar”.
Não me lembro do problema, da hipótese ou do impacto. Mas ali, em 5 minutos, aprendi essa grande lição pra minha carreira: no fim, tudo é produto, e em qualquer situação podemos praticar.
Sabe aquela pergunta de entrevista clássica “se você trabalhasse com o produto X, o que faria?”? Dá pra aplicar para tudo, que pareça um produto ou não. Seja físico ou digital.
Eis um exemplo: Fui reformar meu escritório aqui em casa e encarei como um produto:
Quem é a usuária? Eu.
Qual a visão para este "produto”? Criar um ambiente organizado e visualmente bonito, gastando pouco.
Quanto de recurso tenho? Uma faixa de R$ X
O que impacta na organização e beleza? As portas, a janela e a mesa do escritório.
Quais limitações tenho? A casa não é minha, então todas as mudanças precisam ser reversíveis. Tenho um limite de gasto de R$ X.
E assim segui fazendo perguntas, até que cheguei em um roadmap para a reforma, com três “versões” do escritório. Mapeei as principais dependências, o que precisava realmente comprar, quem precisava contratar e em que “versão”, estimei prazos… estou agora na fase de execução - e já vi que preciso melhorar minhas estimativas (:sorriso-triste:).
E tenho tentado aplicar nas mais diversas situações, do totem de autoatendimento do supermercado, à experiência de espera no consultório médico (essa tem muito a melhorar, inclusive :melting:).
Aos poucos, minha mentalidade de produto vai se fortalecendo, o raciocínio fica mais rápido, as soluções melhoram, e vou trabalhando áreas de produto que não tenho oportunidade no dia a dia.
“Ah Lari, mas já fico o dia inteiro trabalhando, vou ficar pensando em produto? Ah não, quero descansar”. Com razão. Mas você pode tentar aos poucos, encarando como um passatempo, ou uma distração. Com o tempo fica mais fácil, e divertido! (P.S.: Ou não tente, e tá tudo bem. No fim, o mais importante é o equilíbrio!)
Bom, falando em praticar produto e diversão, essa é a primeira newsletter do product for fun, que nasceu com esse propósito: aprender produtos de forma descontraída. Se quiser se juntar a nós, inscreva-se na nossa newsletter e siga-nos no LinkedIn e Instagram.
Obrigada por chegar até aqui! Este é o nosso MVP, e temos muito a melhorar. Feedbacks dos usuários são sempre bem-vindos!
Até mais :)
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